sábado, 21 de abril de 2007

Memórias de Paris...

Esta crônica foi gentilmente cedida por minha irmã Delfina, que esteve em Paris no ano passado.
Delfa te gosto muito, sou tua fã.
um beijo da tua irmã Niceiak


Memórias de Paris...

Era um sexta-feira, o dia estava agradável; maio é muito agradável na França. Depois de participar de uma reunião no Hotel em Port d”Orleans, nos dirigimos de metrô até Gare du nord e então a pé ate a Sacre Coeur. Interessante a reação de um policial, quando pedi informações sobre a direção a seguir...”En marchand? Mon Dieu!”
Fomos caminhando, sem pressa , pelas ruas, que muito me lembravam o centro de São Paulo antigo, guardadas as proporções. Orientais na sua maioria, nigerianos vestidos a caráter com muita gente pelas calçadas, algumas apressadas, a maioria, porém, despreocupada, num linguajar complexo, como uma torre de babel.
Quando nos aproximávamos da Sacre Coeur, o rítmo de transeuntes diminuiu e pudemos vislumbrar a magestosa Igreja, com o encanto de seus jardins...era a visão do Éden. Descansamos um pouco e logo retomamos nossa caminhada, agora contornando os canteiros, suas árvores, flores, gramado, em direção à igreja, galgando a escadaria, que parecia não ter fim.
Depois de participar de uma celebração , fomos caminhando nas ruas que saem à direita da igreja, passando por pequenos bares, restaurantes, lojinhas de souvenirs, tudo muito delicado e diferenciado.
Que encanto de rua ! Os prédios antigos, com flores nas janelas, portas rentes à calçada, pareciam me convidar a entrar... tive uma vontade enorme de me sentar no meio-fio e ficar horas e horas olhando, e sonhando, e imaginando como seria a vida das pessoas naqueles apartamentos...como tanta beleza sobreviveu à guerra...Se eu pudesse , escolheria aquela rua para viver eternamente, levaria para lá toda minha família,..pois sem ela, nada seria tão maravilhoso...
Logo mais adiante encontramos uma jovem senhora, grávida, a quem pedimos informações, e novamente a expressão “Oh mon Dieu, em marchand”? Bone journée...
E lá fomos nós, sem pressa, bebendo com o olhar tanta beleza, para nunca mais esquecer, gravando na memória cada esquina, cada doceria , com suas vitrines artísticas , parecendo um sonho...
Olhamos no relógio...20,00h... no Brasil cinco horas mais cedo...o sol ainda brilhava e tínhamos ainda muito tempo até escurecer e chegar ao Hotel em La Villette...pombos nas praças, crianças, não muitas, mas muito bem tratadas, com suas mães ou babás , voltando para suas casas, num entardecer ameno, pessoas levando baguetes em sacos de papel, lembravam-me a minha infância, qdo buscava, muito longe, o nosso pão do café da tarde..., pois o padeiro, com sua carrocinha só passava pela manhã...Saudades...
Perdemos o horário do jantar... tomamos um lanche...nem precisava... a alma inebriada já estava alimentada...

Delfina Alexandrino Munhoz
minha irmã que teve 4 filhos todos de muito sucesso pessoal e profissional. Corajosa, culta, perseguidora de seus ideiais. Vencedora em tudo que se propõe a fazer.
Seu Maridão o Milton Munhoz, outro grande batalhador, é Fera! é o grande incentivador dos projetos da família toda. Um grande contador de causos.
Parabéns a ambos.

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