sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Uma aventura em Key west


Uma Aventura em Key West
Niceia K





Sexta-feira. Mereço um day off.
Fechei meu escritório. Peguei meu mustang conversível e rodei por Miami, procurando inspiração para um final de semana relaxante.
Passei por Coconut Grove, Key Biscayne, ganhei a estrada e entrei na Florida’s Turnpike, rumo ao Sul do Estado.
A manhã estava quente, o vento soprava do oceano, trazendo uma brisa refrescante. O tempo estava firme, o céu azul perfeito para uma aventura.
Liguei meu rádio, estava tocando Credence. Entrei na US1, rumo as Keys.Leio na placa a distância que ia percorrer até a última das keys. 180 milhas de Miami até Key West, cerca de 3 horas.
Travei meu “cruise control”, abaixei a capota de meu mustang e cabelos ao vento , fui deixando para trás Miami e meu trabalho.
A Us1 é um longo e belíssimo caminho de pontes suspensas sobre o Golfo do México , que vai ligando dezenas de pequenas e médias ilhas.
Passei por Key Largo, Islamorada, Marathon, Big Pine Key e podia ler os avisos da rota de fuga dos furacões .
A água do mar , de um azul tropical, era cortada por dezenas de luxuosos yates. Eu estava atravessando o roteiro mais luxuoso da Florida.
Parei algumas vezes, no caminho para tirar fotografias, tomar um café..
Chego a Key West no final da tarde e me hospedo num charmoso Hotel na Duval St, perto do Centro e do Mallory Square.
Descansei, tomei banho, pus um vestido longo de alcinhas, uma rasteirinha no pé e uma trancinha no tornozelo, cabelos soltos e pronto, estava vestida pra arrasar!
A pé fui olhar vitrines e procurar um programa para a noite. Puxa que fome pensei, ao ver um Restaurante “Comidas Caribenhas”. Entrei, pedi o cardápio e escolhi um prato bem exótico; “Salmon com pignoli au Maple-pesto sauce.
"Isto soa bem e parece delicioso" pensei.
Pedi um drink muito colorido a base de vinho, laranja, vodka, enfeitado com amêndoas e canela. Absolutely exotic.
Estava tão distraída com a decoração e embalada na música caribenha, que nem havia notado, na mesa ao lado, uma moça também sozinha.
Olhei uma vez, olhei de novo e pude notar que ela estava interessada em companhia.
O restaurante, pelo horário, ainda tinha poucos clientes. A pista de dança, na penumbra, estava vazia. E o ritmo da salsa e do mambo, dava ao ambiente uma atmosfera muito especial.
Acabei de jantar e estava pedindo uma sobremesa , um creme com Apricot, absolutely delicious, quando a moca se aproximou e pediu licença para sentar-se.
- Rose Lander, prazer em conhecê-la, sou a dançarina deste Restaurante e minha função é entreter os clientes.
Oh. It's fine. Prazer é meu, me chamo Sandra, sou brasileira, trabalho com representação de gemas brasileiras e moro em Miami há 3 anos.
- Já havia percebido que você é brasileira, pelo jeito de se vestir e pelo sotaque.
- Muito observadora, disse eu.
Ela sem perder mais tempo, convidou-me para dançar a Salsa.
- Sorry, eu não sou boa nisso.
- That’s Ok. It is my job. Vou te ensinar.
Fomos para a pista de dança. Só nós duas naquela penumbra, o que era bom, pois eu fiquei mais ä vontade para aprender o ritmo caribenho.
Ela tinha um perfume delicado nos longos cabelos encaracolados e um sensual ritmo nos quadris.
Dançamos muito e aprendi a remexer meus quadris. Como a Salsa é envolvente!
Fui embora cedo para o Hotel, o dia havia sido puxado.No dia seguinte fiz um passeio de Barco até The Dry Tortugas, cerca de 70 milhas de Key West e distante 20 milhas de Cuba.
Esta ilha é o alvo dos cubanos que tentam ir a nado ou de barcos improvisados para emigrarem para os EUA.
Conheci a estória da ilha que fora descoberta por Ponce de Leon em 1513. Em 1825 os EUA, construíram um Farol para dirigir os navegantes.
Passei o dia neste passeio e a noitinha, saí de novo a pé pelo Down Town e fui até o Mallory Square onde centenas de turistas se reúnem para apreciar um dos m ais belos pores de sol, já vistos.
Nesta praça podemos ver malabaristas, dançarinos, cantores e tipos muito esquisitos de gente e animais.
O sol se punha vermelho, manchando as águas e a paisagem em seus tons de púrpura, algo belo de se ver e digno de colecionar para sempre, na memória. E os turistas aplaudiam e cantavam despedindo-se do Astro maior.
Estava lá fotografando, quando encontro Rose Lander, que ficou muito feliz em me ver.
Hoje estou de folga, disse ela já propondo um passeio pelas areias quentes da praia.O calor do verão, a brisa quente e os luxuosos Yates ancorados no pequeno porto, emprestavam ao lugar um quê mágico e sofisticado.Ficamos horas sentadas na areia, conversando sobre nossas vidas, nosso trabalho, nossas origens. Até que ela, uma perfeita guia turística, convidou-me para ir ao “The Bull” um barzinho famoso.
Fomos.
The Bull, tem três andares. No primeiro andar é onde os artistas, gays, lésbicas e simpatizantes se encontram. No segundo andar, tem sinuca e bebidas e muito motoqueiro das Harlley Davidson. No terceiro andar tem o “Naked Bar” onde se pode tirar as roupas, e ali nus e nuas, ficam conversando, bebendo, tudo muito natural.
Ficamos no primeiro andar.
Key West é assim. Lugar onde os “descolados se encontram”
Cabelos, maquiagens, roupas tudo muito extravagante. E pessoas como eu “normalzinha” que gostam de excentricidades.
Rose convidou-me para dançar.
A música caribenha, sua voz, seu perfume, sua sensualidade, tudo foi me envolvendo e no final da noite fomos para o Hotel e eu me entreguei à fantasia de Key West e tivemos uma noite de muitas descobertas.
Acordei bem cedo, fiz o chek out , dei partida no meu conversível e fiz o caminho de volta .
O ritmo quente da Salsa perseguia meus pensamentos e a lembrança de Rose Lander, trazia-me saudades.




terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Insônia

INSÔNIA
Niceia K

não durmo
até que o sol aparece
e me aquece
insônia
crônica do poeta.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Escape to Sao Paulo


Escape to São Paulo
NiceiaK

Num desejo maluco de ver como era a vida noturna de São Paulo, percorro a pé seu centro velho .Barão de Itapetininga, Viaduto do Chá, Rua Direita, Rua Xv de novembro. São 3:00 horas da manhã, ruas desertas, mendigos enrolados em cobertores fedorentos, dormem sob as marquises dos prédios.
Andava com o pensamento na miséria humana, quando de repente dou de cara com uma gang de jovens delinqüentes. Pálida de medo, ganho deles uma pedra que tinha o formato de caveira. Aperto o passo e quase correndo percebo um trombadinha com uma faca na mão se aproximando . Na tentativa de defender-me, jogo-lhe a pedra em sua cabeça. Era a senha:
"Bateu, morreu"
Corri, corri muito sendo perseguida pelo trombadina e já quase sem fôlego entro num Edifício. Pego o elevador, aperto qualquer botão e por alguns minutos me sinto segura.
Quando saio do elevador, dou de cara com dezenas de pessoas desesperadas, também sendo perseguidas, correndo em todas direções.
Gritos, choro, desespero, cada um buscando um esconderijo seguro, uma sala, uma escada um cantinho.

Corro para um imenso salão e fico espantada com o que vejo: um grupo de pessoas organizadas, ensacando pessoas.
Colocavam cada pessoa num saco plástico transparente, amarravam e iam empilhando uns sobre outros. Estocando-as.
Procurei saber o por quê de ensacar pessoas e uma senhora disse que quem estivesse ensacada, nao corria perigo. A gang não atacaria.

A idéia de ser ensacada me deu desespero e tomei outra decisão. Corri escada abaixo e ouvindo gritos e choros desesperados, me deparei com a mesma multidão que voltava, desorientada, horrorizada dizendo que que a gang estava matando, decapitando.
Entro em nova sala e vejo pessoas insensatas, raspando o cabelo com pedras e objetos não cortantes, na esperança de serem confundidas com os Skin heads.
Tentei raspar meu cabelo, sem sucesso.
Em minha desvairada corrida, eu só encontrava portas e janelas trancadas. Não tinha a menor chance de escapar.
Paro numa porta com uma grade entreaberta que dava para um saguão escuro. Fico desconfiada. Será uma armadilha? Será seguro transpor esta porta?
Eu não tinha outra escolha, percebia os passos da gang se aproximando quando ouço uma campainha: tararã, tararã, tararã.
Eram os anjos da guarda, outra gang, desta vez uma gang do bem que haviam chegado em nosso socorro.
O dia já estava clareando e tudo volta ao normal. As ruas cheias de trabalhadores, executivos, porteiros, secretárias tudo no lugar, como se não existissem madrugadas tão irreais, naquela Paulicéia desvairada.

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Assim deve ser o AMOR e a Amizade





Assunto: assim deve ser o amor e a amizade.
NiceiaK

Eu também tenho músicas que me norteiam. Eu só entendo o amor quando não aprisiona. Também deveria ser assim com as amizades: sem passado, sem futuro, apenas amigos que trocariam suas experiências, seus anseios, suas frustraçoes, seus segredos, suas vitórias, sem competiçao... amigos por que não?





O seu amor
Gilberto Gil - 1976

O seu amor
Ame-o e deixe-o
Livre para amar
Livre para amar
Livre para amar
O seu amor
Ame-o e deixe-o
Ir aonde quiser
Ir aonde quiser
Ir aonde quiser
O seu amor
Ame-o e deixe-o brincar
Ame-o e deixe-o correr
Ame-o e deixe-o cansar
Ame-o e deixe-o dormir em paz
O seu amor
Ame-o e deixe-o
Ser o que ele é
Ser o que ele é
Ser o que ele é
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Foi quando te disse :Data: Fri, 25 Jun 1999 - 01:32:52

Despedida

Ser sincera e dizer o que meu coração manda, nem sempre é uma boa idéia. Por mais que escolho a palavra certa, está sempre soando errada.
Mas não podemos , de novo, sumir por algum tempo, anos talvez, só com medo da despedida.
Por isso hoje, quero romper com as lembranças de uma juventude tão distante, e quero a partir de agora , rememorar apenas as lembranças de um passado que foi bonito.
Neste nosso encontro ficou claro que nossos beijos e abraços, agora sem adrenalina, já não tem mais a emoção da juventude .
Cruel dizer isto?
Não tenho resposta, só sei que é preciso desmacarar o sonho do passado. Quero sentir novas emoções ,encararar a vida que me apresenta agora sem sentir insegurança para conseguir a liberdade.
No podemos passar o resto de nossos dias a repetir o mesmo mantra : "Te amei, te amei, te amei...",
ouvindo músicas anos 80 como se o tempo tivesse parado.
Estou triste por ver nossos planos futuros se acabarem. Por eu não ser apaixonada por voce, como gostaria de ser.
Não posso mandar em meu coração e obrigar- me a sentir o que na verdade era apenas um grande desejo de construir uma nova realidade.
Quero continuar sua amiga e só. Nada de compromisso de amor, de planos para o futuro.
Eu te quero bem, e me lembrarei sempre de voce como um grande amigo que ainda tenho.
Um grande abraço
de sua eterna amiga
Niceia.


domingo, 4 de fevereiro de 2007

Nonsense


Meu teto caiu
dentro do nada
há o silêncio
de minha alma partida
há o vazio
que em mim habita.
posted by Grandes Amores at 6:56 PM 1 comments links to this post

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Lua Azul, eu a vi


No dia 31 de janeiro 2007-
eu via a Lua Azul. Voce também viu?


Quando um único mes tem duas Luas Cheias, a segunda Lua Cheia é chamada de Lua Azul. Outra definição diz que Lua Azul é a terceira Lua Cheia que ocorre em uma estação do ano que tem quatro Luas Cheias. Usualmente cada estação tem somente tres Luas Cheias.